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terça-feira, julho 31, 2007

Será que podem nos chamar de "pensadores"??

As vezes paro e penso sobre a vontade que tenho de me envolver com o conhecimento. Mas quando falo em envolvimento, falo de paixão mesmo, de amor pelas letras, pelos livros, pelos textos... Um amor incondicional que se satisfaz apenas no saber e tão somente nele.
Num primeiro momento esse discursso pode parecer meio sem sentido, mas analisem comigo: é possível pensar que Immanuel Kant tornou-se o filósofo pai da Modernidade deixando seus livros empoeirar-se nas prateleiras duma biblioteca?? Ou talvez que Isaac Newton teorizou a lei da gravidade por que sua mamãezinha o acordou num belo dia e entregou-lhe um escrito sobre o assunto?? Certamente não foi bem assim que as coisas se processaram.
E é por este motivo que eu acredito no poder de transformar outorgado a estes homens. Tudo parece bem mais razoável pensado a partir deste ponto de vista. É como poder transformar essa semente de inquietação, dúvida e curiosidade que há dentro de nós em trilhas para o conhecimento. É saber fazer perguntas, é interessar-se pelo novo - e por que não pelo antigo? -, é decifrar os enigmas que a vida apresenta e saber fazer bom proveito de tudo isso.
Acredito sinceramente que podemos fazer mais do que apenas reproduzir os escritos que nos chegam às mãos. Somos inteligentes, somos capazes de ir mais fundo, de criticar, de discordar, de concordar... Enfim, de dar um basta neste mecanicismo tecnicista do saber para finalmente pensarmos com nossas próprias cabeças e tirarmos nossas próprias conclusões a cerca do universo ao nosso redor!
Confesso que já percebo desgastado este modelo de "educação depositária" que reina nas nossas escolas e universidades, onde o aluno se contenta em engolir o que lhe é "vomitado" diariamente por aquele professor que faz-se limitado e assim o faz com seus discípulos .
Mas ao mesmo tempo sou capaz de vislumbrar uma nova paixão a realizar-se em nossas vidas: A paixão por um saber sem razuras, sem vícios... um saber que nos levará à descoberta dos inventores, filósofos, intelectuais, matemáticos, escritores... Enfim, dos PENSADORES que acredito ainda existir dentro de nós, para que finalmente possamos fazer a diferença e desmentir com verdade a idéia de que o mundo já enterrou todos aqueles que um dia ousaram pensar...
Não sei se chamarei de certeza, otimismo ou intuição, mas se não for nenhum dos três, que pelo menos seja FÉ, assim eu terei a certeza de manter alimentada a esperança do vindouro renascimento de uma geração de "pensadores".

7 comentários:

Gustavo disse...

Vamos explodir essa porcaria

Anônimo disse...

Tomara que a gente tenha o que contar aos nossos netos no futuro...
Tomara que façamos valer a pena.

Aju disse...

Adorei teu texto...

Principalmente por vc ter mencionado Kant sou fã daquele cara... e nunca vi ninguem o mencionando na blosgfera ate pq a moda dos pseudos intelectuais é falar q leram niestzche :P~

Bjos

Guilherme N. M. Muzulon disse...

"Pensar sem aprender é perigoso. Aprender sem pensar é trabalho perdido" - Confúcio.

E se todos os que recebessem vomitado tudo aquilo, vomitassem de volta com bílis própria?

Só tem-se que ter cuidado, Isa Dora, com o tudo encarado sem o peso que realmente tem.

Let's disse...

No meu primeiro semestre de faculdade, o professor de filosofia disse que não existe filósofos hojeem dia, e que as pessoas comuns, não podiam filosofar, pois tinham que seguir o "método" correto... deu um bafafá... ele era um bom professor, mas não estava preparado pro NOVO.
bjus!

Um ser pensante disse...

Não preciso nem dizer que concordo com a possibilidade de novos pensadores, né? rs
É difícil sim, mas há de se ter fé e lutar por isso, até porque, se essa geração, principalmente a nação brasielira colocar a caixola para pensar mais, sairemos mais rápido dessa lama.
Beijos, adorei conhecer essa outra casa. Vou linka-la tb.

Gustavo disse...

O esquema é que a escola deveria ser pra nos reforçar a base. E deveria partir de nós, nos interessar por algum assunto específico. O aluno deveria escolher dentre todas as possibilidades sobre o que quisesse estudar. E enquanto isso a escola estaria sempre ali do lado, ensinando o básico, o básico, o básico. Ir atrás do avançado deveria caber apenas a nós.
O estado deveria incentivar o indivíduo a fazer perguntas, e criar mecanismos para que suas pesquisas, teóricas e práticas fossem estimuladas.