Produção em série

Inserido numa sociedade consumista onde o que se tem sobrepõe o que se é, o homem vem perdendo sua individualidade, seus valores e seus ideais. Vivendo uma realidade de exaltação ao consumo, o homem acredita que tudo o que precisa pode ser parcelado no cartão de crédito; quando o ser humano se lembrará que identidade e felicidade não estão à venda nas prateleiras dos supermercados?
Guiada por uma mídia que dita os padrões, a sociedade perde sua diversidade ao tentar seguir as ordens de o que vestir, o que usar, onde comer e até o que dizer. Com isso, o homem tem deixado de ser admirado pelo seu caráter e valores e passa a ser julgado pelo que usa ou pelo restaurante que frequenta. Vive-se numa sociedade de rótulos, de grupos; não existe uma identidade individual. Nesse contexto, o homem abdica de sua identidade e veste uma fantasia vendida pela sociedade de consumo. Já não existem opiniões, ideais verdadeiros; há um padrão a ser seguido e todos colocam uma máscara e não se mostram como são, mas como os outros querem ver.
O homem relega a si mesmo para seguir um padrão e por isso se mostra cada vez mais amorfo. É uma escultura oca: bonita de ser ver por fora, mas fria, vazia por dentro. Vendo no consumo uma maneira de inserção e notabilidade, o homem perde valores próprios, deixa de ser indivíduo e passa a ser integrante de um grupo qualquer. E passa a acreditar que tudo pode ser comprado, com isso, perde-se do caminho que o levaria a felicidade; felicidade encontrada sendo o que se é, livre das amarras dos padrões da sociedade de consumo vigente.
O homem, aderindo aos padrões ditados pela sociedade de consumo, perde sua individualidade, seus sonhos, sua ideologia. A sociedade deixa de ser composta por indivíduos diferentes, que constroem uma realidade plural, para se transformar numa sociedade de iguais; Roupas, estilos, atitudes, pensamentos, ideais... tudo igual e, no mínimo, sem graça.