O povo brasileiro possui como característica marcante sua alegria espontânea e expansiva. Mesmo sendo produto de uma colonização massacrante, de uma história política de corrupção e realidade construída nas desigualdades socias. Sorrisos, festas, samba, alegria são os melhores cartões postais do Brasil, mas um país é muito mais que fotografias e esteriótipos.
O Brasil é um país de grandes abismos sociais, de preconceitos, de exploração do menos favorecido; É impossível construir sorrisos num alicerce de violência, preconceito, exploração e fome. O "Severinos" e "Macabéias" não estão sorrindo, eles estão é lutando a cada dia para reconstruir suas esperanças e acreditar que suas realidades podem ser transformadas. Quem acredita que os pobres estão sorrindo e fazendo festa é a elite que constrói sua riqueza em detrimento da grande massa. Crianças que nasceram em favelas, sem estrutura familiar, tendo o traficante de drogras como principal exemplo, rodeadas pela criminalidade, vendo seus irmãos morrerem por inanição e sofrendo preconceitos não são crianças sorridentes... não podem ser; O fato delas terem nascido no Brasil não faz com que suas dores e problemáticas diminuam ou sejam esquecidas.
O Brasil é o país do carnaval, do samba, da alegria, da fantasia... o país da fantasia; Existe, na verdade, uma máscara que tenta esconder as mazelas do povo brasileiro. Mas os frutos sempre amadurecem; os filhos da exclusão estão nascendo e eles um dia vão gritar. Esse grito ecoa e produz os sons da violência, da prostituição, do crime organizado, do caos. As máscaras sorridentes não podem esconder as lágrimas de um povo sofrido, que luta a cada dia para vencer a guerra de cada dia.
O povo brasileiro é, antes de tudo, um povo esperançoso que acredita na melhoria da sua vida e na construção de uma realidade menos massacrante. Não se pode esperar sorrisos de um povo excluído e que não tem o que comer; e enquanto se vende a imagem dos brasileiros como povo alegre e sorridente, o crime organizado toma conta do país e suas crianças morrem de fome, sem educação e abandonadas. Mas, de qualquer sorte, viva a alegria, a espontaneidade, o samba, o carnaval. Viva o Brasil..."terra adorada, idolatrada".
6 comentários:
"De um lado esse carnaval, do outro a fome total."
Qdo meu pc ressucitar eu volto. Beijos e saudades.
Clap, clap, clap! Bravo!
Meninas,
Li todos os posts, pois queria falar com propriedade. Pois bem. Acho tudo o que vocês falaram válido, pertinente, importante e real. Mas é engraçado ler pensando em quem escreveu. Eu fiquei imaginando três malucas (no bom sentido) se descabelando em praça pública com megafones! hahaha... Calma! O mundo precisa menos de militância (principalmente teórica) do que a gente imagina. E eu sei que vocês não são só esse gênero dissertativo, assertivo, cinza e (pseudo-?) revolucionário. Tenho certeza que por trás dessas "loucas" cizudas e "desesperançadas" estão garotas que dançam, vão ao cinema, comem no McDonald's, beijam na boca e ficam loucas por um par de sapatos pelo menos uma vez ao mês. Não se culpem. Li aqui várias vezes a frase "tá, eu sei que eu também não to fazendo nada pra mudar". Mentira. A gente sempre faz. Até o Maluf e o Bush, por piores os rumos que eles tomam, fazem alguma coisa pra mudar. Claro, eles não devem ajudar velhinhas a atravessar a rua, mas com certeza uma vez na vida já fizeram o dia de alguém mais feliz. E eu fiquei com uma baita vontade de conhecer o lado leve de vocês. O "reticencial" pesado, confuso e deprê eu já vi... hehe.. Só um último xeretamento meu: quanto às questões levantadas nos seus posts, se angustiar geralmente leva apenas à necessidade de desabafo e aí fica uma coisa meio "o ovo ou a galinha", sabe? O que vocês falam é super atual, tá em toda parte. Mas às vezes, do jeito que se fala, dá a impressão que realmente viemos do Éden e um belo dia viramos humanos caídos. Gente, o homem se mata, se viola, se ignora e se ama ao mesmo tempo desde sempre! E não importa quantos fóruns no orkut, na ONU ou no Domingão do Faustão forem feitos, isso vai continuar acontecendo pra sempre. O ser humano é yin e yang. E as leis de convívio social tal qual as conhecemos hoje é algo historicamente recente. Pensem que há menos de um século "os excluídos" eram vocês, mulheres! Ainda não mudou tanto, o salário de vocês ainda é mais baixo, vocês devem saber disso. Mas tá mudando. O mundo sempre muda. Se pra melhor ou pior, só depende do ponto de vista. E esse número escabroso e crescente de mortes só é uma coisa ruim porque nós decidimos que é, porque temos medo de morrer e porque somos muito apegados à matéria, ao direito à propriedade e ao direito de ter direitos. Sempre haverá seres humanos que seguem as regras e os que as infringem. No fundo ninguém é melhor ou pior. Ninguém tá mais certo ou errado. Não quer pirar com isso? Carpe diem! A felicidade e a beleza da vida estão não exatamente nas pequenas coisas, mas na brevidade dos dias!
Ufa, desculpa o texto gigantesco! Mas me senti na obrigação de interagir com vcs, jogar uma lenhazinha na fogueira, quem sabe não atiço a discussão? hehehe...
Abraços às três!
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Tá sendo massa acompanhar este blog!
plac, plac, plac.
Bjão pra vcs!!!
"O país da fantasia..."
é como uma máscara de carnaval que usamos pra nos enganarmos e deixarem os outros verem o que querem ver
até numa festa como o carnaval é possível observar a nitidez da divisão de classes sociais... não que isso me surpreenda =)
mas não é um tanto desconfortável encarar que se cobra por um dia de festa mais do que alguns trabalhadores manuais ganham em um ano?
tudo isso é tão relativo... se os nossos impostos estivessem sendo bem empregados em vez de parar nas roupas íntimas de certas beldades, poderíamos esbanjar em festas e afins à vontade (acabando assim com a natureza, mas aí já é outra história...rs), e haveria outra coisa pra reclamar... nada é perfeito e se fosse a gente não ia gostar e ia reclamar... o problema não é o que se gasta no carnaval, nem o salário dos trabalhadores manuais... o problema é pensar sobre isso.. gera mais problema... ou aparentes soluções que descobrirão um terceiro problema que ninguém viu que tava ali... gente, vivam! preocupem-se sim, mas vivam! e deixa o menino brincar, já que a vida já é tão doida e doída...
Meninas, bjo e bom alalaô!
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